Desde que a humanidade surgiu, o lixo passou a ser produzido. Sabe-se, com base em estudos arqueológicos, que os povos pré-históricos já queimavam lixo e depositavam ossos e cinzas em locais pré-determinados, por exemplo.
No entanto, à medida que a civilização foi se desenvolvendo, a quantidade de resíduos produzidos também aumentou.
Na Idade Média, algumas cidades na Itália tinham regras que proibiam o descarte de lixo e fezes na rua, e outras que explicitavam onde deveria ser feita a destinação de carcaças de animais e outros resíduos. Foi nessa época que surgiram as primeiras evidências da coleta de lixo, que era inicialmente feita de forma particular. Depois disso, o serviço público assumiu a tarefa, designando carrascos para recolher os detritos da população.
Avançando um pouco na história, em 1940, a humanidade vivenciou um dos piores conflitos da era contemporânea: a Segunda Guerra Mundial. Os governantes de países envolvidos na guerra, inclusive o Brasil, criaram campanhas para incentivar os cidadãos a doar para o exército todos os materiais que poderiam ser reutilizados, como alumínio, pneus, jornais, panelas e outros itens.
Durante essa época, foi feito um grande estímulo a favor da reutilização, o que era bastante comum na cultura do século 20. Isso porque o consumo em massa que vemos atualmente ainda estava apenas começando, e os bens que podem ser adquiridos com facilidade ainda eram raros.
De fato, antigamente, também se jogava pouca coisa fora. As pessoas compravam insumos alimentícios a granel, o que demandava menos embalagem e a possibilidade de adquirir apenas o que seria consumido. Já os restos das refeições eram reaproveitados e brinquedos eram fabricados com diversos materiais, como sobras de madeira e de pano. Além disso, investir no conserto de objetos era vantajoso, já que eles eram projetados para durar a vida inteira.
No pós-guerra, todo esse cenário foi modificado, devido ao desenvolvimento econômico e ao surgimento de novas tecnologias. Dessa forma, a população tinha acesso a materiais cada vez mais diversificados — e mais lixo era produzido.
Isso porque, para a maioria da população, não fazia sentido reutilizar, se a maior parte dos produtos poderia ser facilmente reposta com preços acessíveis. Dessa forma, quando não eram mais necessários, vários itens eram simplesmente descartados e substituídos. Guardar artigos “antigos” ou reutilizá-los tornou-se um hábito antiquado.
Essa nova cultura de bens descartáveis criou inúmeros problemas para o meio ambiente, o que ficou evidente na década de 1970. Afinal, a questão do lixo mudara drasticamente, visto que não girava em torno apenas do descarte de materiais orgânicos.
Os resíduos passaram a ter características diversas: podiam ser eletrônicos, industriais, radioativos, químicos e outros — o que tornou a questão do descarte adequado desafiadora. Além disso, o tempo de degradação desses produtos era totalmente diferente dos orgânicos — alguns até com um período incalculável ou mesmo não se decompondo, como os metais pesados utilizados em computadores e baterias de carros.
Diante disso, o movimento ambientalista ganhou força e surgiu a necessidade de pensar em alternativas para o descarte do lixo, diferentes de, simplesmente, estocá-lo em lixões e aterros sanitários ou descartá-lo sem qualquer cuidado com o ambiente e as cidades. Assim, a ideia de reciclar materiais nasceu como uma medida sensata e inovadora.
Como visto, a reciclagem surgiu como uma forma de diminuir a quantidade de lixo gerada pela sociedade e uma medida para conter os impactos do consumo excessivo, apresentando diversos benefícios ao meio ambiente e à sociedade.
Lembre-se de que, ao fazer a sua parte realizando a coleta seletiva, você contribui com o meio ambiente, resguarda a saúde da população e gera empregos para milhares de pessoas.
Fonte: BRK Ambiental